São Paulo - A movimentação no novo aeroporto a ser
construído na zona sul de São Paulo em nada deve lembrar os congestionados
terminais paulistas de Congonhas e Guarulhos. Isso porque o espaço vai atender
apenas empresas de táxi aéreo, transporte de carga e outras firmas que não
realizam serviços regulares – o chamado setor de aviação geral. Financiado pela
iniciativa privada, o novo empreendimento será autorizado hoje pelo ministro da
Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco.
Ao todo, o país conta com uma frota de mais de 13 mil
veículos dedicados à aviação não comercial. Deles, mais de 3.600 estão no
estado de São Paulo. É essa frota - que comumente sofre com congestionamento e
mal atendimento nos demais espaços - que será contemplada pelo novo terminal
paulistano.
Entre as diferenças, o novo aeroporto não deve contar com um
terminal de passageiros, por exemplo.
“O comum nesse tipo de local é um terminal de aviação geral,
um pequeno prédio capaz de receber um fluxo mínimo de pessoas”, explica Ricardo
Nogueira, diretor da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag).
"O passageiro comum só irá ao novo aeroporto como
visitante", garante Nogueira. O público-alvo é empresário que usam
serviços de táxi aéreo e pequenas empresas de transporte de carga. De acordo
com o especialista, o espaço não permitiria pousos e decolagens de grandes
aviões.
Entretanto, Nogueira destaca a importância da iniciativa,
que deve desafogar espaços de Congonhas e do Campo de Marte, os dois existentes
hoje na capital paulista. Segundo ele, o primeiro aeroporto está
"lotado" e o segundo opera mal, com limitações no uso das duas pistas
e em função das condições de tempo. Em Guarulhos, não há operação de aviação
geral.
Números
Os números justificam a opinião dos especialistas. Segundo
dados da prefeitura, São Paulo tem hoje a segunda maior frota de helicópteros
do mundo – são 484 aeronaves do tipo que realizam 20 mil vôos por ano. A cidade
concentra 260 dos 427 helipontos brasileiros.
Batizada de Aeródromo Harpia, a iniciativa na região de
Parelheiros é o fruto do investimento da Harpia Logística, empresa pertencente
aos empresários André Skaf (filho de Paulo Skaf, presidente da Federação da
Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP) e Fernando Botelho Filho, integrante
da família que comanda a empreiteira Camargo Corrêa.
Com pista de 1.830 m de extensão e capacidade de 240 mil
pousos e decolagens por mês, o novo aeroporto ficará numa área a 20 km de
Congonhas. Para Nogueira, a pouca distância entre os aeroportos inspira
cuidados. "A proximidade acaba gerando restrições de operação para ambos
aeroportos", afirma o especialista.
Fonte: EXAME
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