São Paulo - O mercado brasileiro de viagens aéreas precisará
de 1.324 aviões até 2032 para atender às exigências crescentes do transporte
aéreo internacional e doméstico do país.
A estimativa está na mais recente Previsão de Mercado Global
(GMF) da Airbus, apresentada nesta terça-feira, 26, em São Paulo. Pelas
projeções, 896 aviões de corredor único, 353 de dois corredores e 75 muito
grandes (VLA) devem ajudar a atender a crescente demanda de operadores
domésticos e estrangeiros no Brasil quase triplicando a frota em serviço atual,
de 480 aeronaves.
As estimativas contam com previsão de crescimento de 4% ao
ano do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, acima da média mundial de 3,1%. O
tráfego aéreo brasileiro acompanharia esse ritmo, crescendo a uma taxa anual de
6,8% até 2032, também superior à média mundial, de 4,7%.
"As entregas do A350 e do A320neo, a partir de 2014 e
2015, respectivamente, não poderiam vir em melhor hora, com aviões de um e dois
corredores formando a maioria da demanda no Brasil", disse o
vice-presidente executivo da Airbus para América Latina e Caribe, Rafael
Alonso, em comunicado.
A Airbus salienta que as companhias aéreas no Brasil operam
alguns dos aviões mais novos e eficientes do mundo, com uma frota com idade
média de sete anos, 34% inferior à média mundial.
A380
"Com quase metade do tráfego de longa distância da
região passando pelo Brasil, o A380 poderia aliviar o congestionamento em
aeroportos movimentados como Guarulhos, que representa 25% do tráfego
internacional total na América Latina", disse Alonso. "O A380 também
apoiaria os enormes fluxos de turismo esperados com a Copa do Mundo e os Jogos
Olímpicos".
Por ora, esse modelo de aeronave não tem permissão para
aterrissar no Brasil porque os aeroportos nacionais não possuem a certificação
necessária. A expectativa da Airbus é de que o A380 possa chegar ao Brasil em
2014. Segundo Alonso, quatro companhias já manifestaram o interesse em voar
para São Paulo usando a aeronave - Lufthansa, Emirates, British Airways e Air
France.
O executivo apresentou dados que mostram que São Paulo é a
única das 20 megacidades, que concentram 93% dos voos de longa distância no
mundo, que ainda não recebe voos do A380. "Enxergamos muitas
oportunidades. O avião maior é uma solução para aproveitar melhor a
infraestrutura aeroportuária", disse Alonso.
América Latina
Para a América Latina, a previsão da Airbus para os próximos
20 anos é de uma demanda de mais de 2.307 novas aeronaves, incluindo 1.794
unidades de corredor único, 475 de dois corredores e 38 muito grandes (VLA),
estimada em aproximadamente US$ 292 bilhões. Globalmente, até 2032, cerca de
29.230 novos aviões de passageiros e de carga, estimados em quase US$ 4,4
trilhões, serão necessários para atender à futura forte demanda de mercado.
Com mais de 800 aeronaves vendidas e quase 400 pedidos, mais
de 500 aviões da Airbus estão em operação na América Latina e Caribe. Nos
últimos 10 anos, a companhia triplicou sua frota em serviço e entregou mais de
60% de todos os aviões que operam na região. Atualmente, a idade média da frota
em serviço na América Latina é de 9,5 anos, 42% menor desde 2000.
Fonte: Estadão via Exame
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