segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Aviação regional terá investimentos de R$ 7,3 bilhões


O ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, disse ao MERCADO & EVENTOS, em visita ao aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), que a aviação regional terá investimentos de R$ 7,3 bilhões numa primeira etapa de negócios. Nesta fase, o aporte na aviação regional vai atingir 270 aeroportos em todas as regiões do país. Trata-se de estruturas de pequeno porte que serão reestruturadas.

Ao todo, disse Bittencourt, a expectativa é fortalecer os 689 aeródromos do país. O ministro da SAC disse ainda que o Banco do Brasil apoiará a gestão de projetos para aeroportos regionais e que isso poderá ser feito por concessão administrativa firmada com os municípios.

MERCADO & EVENTOS - Como se encontra o processo de concessões dos aeroportos brasileiros à iniciativa privada?
Wagner Bittencourt -
 A previsão do governo federal é que o edital de licitação seja publicado em agosto de 2013 e que o leilão ocorra em setembro. As empresas que desejarem participar do processo precisam ter experiência em aeroportos com capacidade de circulação anual de pelo menos 35 milhões de passageiros. Nossa expectativa é de que a concessão do aeroporto de Confins represente um investimento de R$ 6,6 bilhões, e a do aeroporto do Galeão, R$ 4,8 bilhões.

M&E – Quem poderá participar do processo?
Wagner Bittencourt - 
Não poderão participar do leilão acionistas majoritários na operação de outros aeroportos, a exemplo do que já foi feito nas licitações dos aeroportos já concedidos. Isso significa que todos minoritários poderão participar.

M&E – Fale um pouco da criação da empresa Infraero Serviços, como parceira estratégica do operador nacional.
 Wagner Bittencourt - Com ela, vamos qualificar o quadro da Infraero e prestar serviços adequados a outros aeroportos, com a possibilidade de estender os serviços também para aeroportos não operados por ela.

M&E – O governo Federal anunciou investimentos na aviação regional. Como será esse processo?
Wagner Bittencourt -
 Em uma primeira fase, 270 aeroportos receberão R$ 7,3 bilhões em investimentos diretos ou por parceiras administrativas. Vamos fazer um sistema de isenções fiscais e subsídios para estimular esse nicho. Aeroportos com movimentação inferior a um milhão de passageiros por ano não terão cobrança de tarifas públicas a companhias aéreas e usuários. Haverá ressarcimento das tarifas aos administradores dos aeroportos por meio do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) - criado com as concessões de Guarulhos, Viracopos e Brasília. 

M&E – E a criação de um subsídio para viabilizar voos entre pequenos municípios do interior?
Wagner Bittencourt -
 A subvenção estará vinculada à oferta de assentos em aviões com capacidade entre 50 a 60 passageiros, o que cria, na prática, um incentivo ao uso de aeronaves ATR e da Embraer.

M&E – Como será a divisão dos investimentos por meio do plano de aviação regional?
Wagner Bittencourt -
 A Região Nordeste será a maior beneficiada, com R$ 2,1 bilhões em investimentos para 64 aeroportos. Em seguida vem a Região Norte, que receberá R$ 1,7 bilhão para serem investidos em 67 aeroportos. A região Centro-Oeste terá R$ 900 milhões para 31 aeroportos; a Sudeste, R$ 1,6 bilhão para 65 aeroportos; e, por fim, a Sul que receberá R$ 1 bilhão para investimentos a serem feitos em 43 aeroportos.

M&E – Os terminais com movimentação anual inferior a 1 milhão de passageiros ficarão isentos de tarifas aeroportuárias?
Wagner Bittencourt -
 Todas as tarifas serão reembolsadas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil. A expansão irá integrar território nacional, desenvolver polos regionais, fortalecer centros de turismo e garantir acesso às comunidades da Amazônia Legal.

M&E – O setor da aviação estará preparado para os grandes eventos dos próximos anos?
Wagner Bittencourt - 
Se já estamos atendendo o dia a dia, que cresce na ordem de dois dígitos há três ou quatro anos, certamente atenderemos bem a Copa do Mundo, as Olimpíadas e outros eventos que vierem.

M&E – Com relação aos problemas registrados nas em dezembro de 2012 no Galeão e no Santos Dumont. O que será feito para que isso não ocorra novamente?
Wagner Bittencourt - 
Serão modernizados os sistemas internos dos aeroportos de todo o país, como implantação de novas escadas rolantes e elevadores. Tem coisas que estão sendo feitas no sentido de atender aos passageiros. A gente sabe que tem que melhorar a nossa infraestrutura e nós estamos investindo muito. O próprio Galeão tem um programa de investimentos para até o fim do ano que vem, a fim de ter um melhor serviço durante a Copa do Mundo. Todo o Terminal 1 e o Terminal 2 serão reformados.

M&E – O governo federal quer tornar o Aeroporto Internacional de Brasília um hub para a América Latina?
Wagner Bittencourt -
 Brasília terá um grande e moderno aeroporto para atender não só às copas das Confederações, que será pontual, e do Mundo, mas para o dia a dia. Terá a maior sala VIP do país, um novo estacionamento, e vai melhorar sua qualidade, com banheiros modernizados e áreas grandes para facilitar o embarque de passageiros de forma confortável.

M&E – O IBGE constatou no fim de dezembro que as passagens aéreas aumentaram em média 11% seus preços. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
Wagner Bittencourt - 
Se você olhar uma estatística da Anac, que faz a avaliação de todos os voos no país, que não é o caso da  realizada pelo IBGE, que é limitada, não é de todos os voos, você verifica, que, de 2002, quando foi instaurada a liberdade tarifária,  até 2011, o preço das passagens caiu 43% em termos reais.

Fonte:www.mercadoeeventos.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário